Cidade populosa inserida no concelho de Sintra e situada a cerca de 12 kms de Lisboa, era no início do séc. XVIII o cenário idílico campestre, onde se situava a Quinta e o Pavilhão de Caça família real, que o Infante D. Pedro, filho do Rei D. João V, mandou transformar no Palácio de verão.
Mandado construir por Pedro III, marido da rainha D. Maria I (1734-1816), e utilizado como residência real, este palácio constitui um dos melhores exemplos da arquitectura portuguesa dos finais do século XVIII.
As obras de transformação que decorreram entre 1747 e 1760, foram orientadas pelos arquitectos Mateus Vicente de Oliveira e pelo francês Robillion, que acrescentou ao projecto inicial uma nova ala, localizada a poente, precisamente conhecida como Pavilhão Robillion, se ocupou da decoração dos mais belos espaços como a Sala do Trono, a Sala da Música e a Sala dos Embaixadores.
O palácio em que predomina o estilo rocaille e rococó possui uma importante colecção de artes decorativas – mobiliário português, pintura, tapetes, porcelana e azulejos. Belíssimos são também os jardins de traçado geométrico que rodeiam o palácio, e escondem lagos e esculturas, e no Parque merece destaque o canal revestido a azulejos por onde passava uma ribeira e que era utilizado pela família real para passeios de barco. Os anexos fronteiros ao edifício principal foram transformados em Pousada.
Nos salões do Palácio, o público poderá assistir a concertos de música erudita e semanalmente às quartas-feiras recomendam-se os espectáculos de Alta Escola Equestre Portuguesa que têm lugar no Picadeiro ao ar livre.
O Palácio de Queluz e seus jardins é um dos melhores exemplos da arquitectura portuguesa de finais do séc. XVIII.
Foi enriquecido com um importante museu de artes decorativas, cujas colecções pertenceram, na sua maior parte, à família real e estão expostas no seu contexto próprio. Muitas das suas salas possuem decoração rocaille, como a soberba Sala do Trono, com paredes revestidas de espelhos e magnífica talha dourada.
Os jardins circundantes são embelezados por fontanários e lagos ornamentais onde a água brota de figuras mitológicas, entre as quais sobressai o grupo escultórico em volta do lago do Jardim de Neptuno.
Pela sua magnificência, o monumental conjunto arquitectónico de Mafra (palácio, convento e basílica) é testemunho da opulência da corte de D. João V (1707-1750), o monarca que o mandou construir, e o mais importante monumento barroco português. O traço é da autoria de Frederico Ludovice, que utilizou uma linguagem arquitectónica e decorativa inspirada nos modelos italianos.
Tendo sido residência de Verão da família real, o Palácio possui várias colecções de origem portuguesa, italiana e francesa executadas por encomenda real, incluindo pintura e escultura barrocas, paramentos e alfaias litúrgicas e pinturas murais de importantes artistas portugueses, como Cirilo Volkmar Machado e Domingos Sequeira.
Na Basílica existe um conjunto seis órgãos, único no mundo, e merecem ainda destaque os dois carrilhões de 114 sinos – 57 em cada uma das torres, feitos em Antuérpia no séc. XVIII, e que são também os maiores a nível mundial.
É imprescindível visitar a Biblioteca em estilo rocaille, situada na ala nascente do Convento de Mafra. Instalada na mais nobre sala do monumento, e que com 83 metros de comprimento é também a maior, esta é a mais importante Livraria monástico-real do século XVIII, existente em Portugal. Foram os frades arrábidos que nos sécs XVIII-XIX organizaram os 40.000 volumes preciosos da forma sistemática que se mantém até aos nossos dias, e que elaboraram o catálogo onomástico, onde estão registadas todas as obras existentes até 1819. Do valioso espólio destacam-se as obras nacionais e estrangeiras, impressas nos séculos XVI, XVII e XVIII, algumas das quais muito raras, como os 22 incunábulos estrangeiros e 41 cartas geográficas.